quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O Pico da Bandeira - MG/ES

Boa Tarde Aventureiros!!
      O Post de hoje vai relatar uma de minhas primeiras expedições: A incrível subida ao cume do Pico da Bandeira.
   

   
   Após muito planejamento e preparação, exclusivamente por parte do "velho" que achou melhor começar a fazer caminhadas uma semana antes do início da expedição (Meu pai tem 56 anos), decidimos a data: Uma sexta feira 13 (Não, não, nada proposital, apenas coincidência). A semana que antecedeu a viagem foi marcada por muita expectativa e constantes buscas pela previsão do tempo no local. Chegada a noite anterior da expedição separamos as roupas e agasalhos, arrumamos as mochilas e fomos dormir já na expectativa de acordar bem cedo.
   O despertador toca e o silêncio é quebrado, são apenas 5h da manhã, mas, devido à animação, acordo sem problemas. Tomamos um café da manhã reforçado, colocamos as coisas no carro e partimos para o que fora uma das melhores experiências que nós três já tivemos. Saímos de Betim e pegamos a BR-381 sentido Vitória, rumo á cidade de Alto Caparaó, que se situa a aproximadamente 330km da capital. O trajeto passa por João Monlevade e Manhuaçu, até a pequena cidade de Reduto, onde deixamos a BR e passamos a percorrer a MG-111 até Alto Jequitibá, onde, por último, tomamos a Rodovia Cícero Siqueira, a qual nos levou ao nosso destino.
                      
                                                                                                                                                                      Fonte: Google Maps

Meu irmão demonstrando sua felicidade ao ver a Placa de Alto Caparaó.

    Entrada de Alto Caparaó.
   Chegando a Alto Caparaó já nos deparamos com uma chamativa placa com um mapa mostrando os atrativos da cidade, e lá estava o pico. Memorizamos o trajeto e fomos direto á entrada do Parque Nacional, imaginando que lá teria algum ponto de venda, a fim de comprar água. Estávamos errados. Na entrada do parque, o porteiro nos informou que, dentro do parque, não há quaisquer tipo de comércio. Então voltamos ao centro da cidade, compramos água, e almoçamos em um simples, porém excelente, restaurante de comida caseira. Se não me falha a memória, o estabelecimento se chama Restaurante Mineiro.

Placa atrativa.
   Aguardamos um tempinho, e tomamos rumo para a entrada do parque, chegando lá recebemos algumas instruções do porteiro e pagamos uma taxa de R$11,00 por pessoa. Começamos a subir de carro até a Tronqueira, ponto onde se pode estacionar e começar o trajeto á pé, no meio do caminho paramos em um mirante de onde já era possível ter uma pequena noção da altitude em que estávamos.


                    
   Dando continuidade á subida, chegamos finalmente á Tronqueira, estacionamos o carro e verificamos novamente o inventário. Calçamos as botas, colocamos a mochila nas costas, e iniciamos nossa caminhada até a primeira parada: Terreirão
                    

Preparados para a subida.
   Iniciamos a subida por volta das 13h30min, a distância que separa a Tronqueira do Terreirão é de aproximadamente 3,7km, a trilha pode não ser longa, mas a variação constante de terreno como subidas e partes com cascalho acabam por “frear” um pouco o desenvolvimento. Apesar disso tudo, a trilha é muito bem demarcada e de vez em quando há plaquinhas mostrando a distância que resta para chegar ao terreirão. Há trechos que o cansaço toma conta, afinal, o peso da mochila parece que aumenta a cada km percorrido, mas nada que o visual maravilhoso que se tem durante a subida não “cure”.

                       



      Feita a caminhada chegamos ao Terreirão, local da primeira parada, eram apenas eu, meu irmão e meu pai. Lá é permitido montar o acampamento, como optamos em fazer o restante da subida a noite, logo que chegamos armamos as nossas barracas, podendo assim desfrutar do visual maravilhoso que aquele local possui. O clima estava bastante agradável, mas quando o sol se pôs, começou a ventar bastante, olhei para o Pico da Bandeira e notei uma nuvem escura vindo em nossa direção, esfriou bastante, como estávamos observando o pôr do sol, corremos para as nossas barracas para poder nos agasalhar, ficar sem a jaqueta era quase que loucura. 
  Com o passar do tempo a ventania diminuiu, mas o frio permaneceu, não estava achando ruim não, afinal, eu adoro o frio! Sentamos no chão e ficamos conversando e apreciando aquele lugar. O céu “limpou”, as estrelas apareceram e a lua iluminava todo aquele descampado, quase não era necessário o uso das lanternas. Mais um grupo chegou, totalizando 9 pessoas dispostas a alcançar o cume do Pico da Bandeira.




   Preparamos tudo o que iríamos levar no restante da caminhada e fomos tentar dormir, não sei se pela expectativa ou pelo desconforto, mas o sono não vinha. A temperatura despencava drasticamente, a cada hora que passava eu acrescentava uma peça de roupa. Consegui dormir, mas logo o despertador tocou, eram 2h da manhã, iríamos iniciar o segundo trecho da subida. O coração acelerou, a adrenalina subiu e o frio atacou. Saímos das barracas e o termômetro marcava 2° graus, (eu que não estou acostumado com essa temperatura achei bastante frio), o outro grupo também acordou, após tudo preparado, às 02h30min iniciamos a parte final, faltavam 3,2km de subida.
   Diferente do primeiro trecho, a trilha para o cume do Pico da Bandeira é bastante rochosa, existem partes com vegetação rasteira, fáceis de caminhar, mas a maior parte da trilha é composta por rochas. Eu e o meu irmão estávamos somente com uma preocupação: Será que o nosso pai iria aguentar a subida? Na primeira parada para respirar e reidratar, meu irmão iluminou o rosto do meu velho, a fisionomia dele era de cansado e o seu lábio superior encontrava-se queimado de frio, estava roxo e com cristais de gelo se formando devido a sua respiração e a falta de proteção. Meu irmão tinha levado uma pomada específica para esses casos e meu pai resolveu tampar o rosto com uma “bandana”, daí em diante tudo se resolveu. 
   Continuamos a subida intercalando com breves paradas, o céu começava a clarear, apertamos o passo para chegar até ao ponto mais alto de Minas Gerais e poder presenciar o que foi pra mim um dos momentos mais marcantes da minha vida. Faltava menos de 1km, o cansaço batia, a preocupação com o meu pai aumentava, mas quando perguntei a ele se estava tudo bem e ele respondeu: “Nós vamos chegar lá”, o cansaço desapareceu e deu lugar ao ânimo, passo a passo a distância diminuía até que foi possível avistar a cruz que existe no cume.


   Os passos começaram a ficar mais firmes e largos, olhávamos uns aos outros e era visível o alívio estampado nos rostos de cada um. Chegamos!
   Que lugar! Que maravilha! Que espetáculo!
  Acima de nós o céu em degradê. Olhando para o alto, cores escuras, descendo pra a linha do horizonte, cores claras, abaixo de nós somente nuvens. Os raios de sol começavam a aparecer no horizonte, bem a nossa frente, uma vista inesquecível. Cumprimentamos-nos e aproveitávamos cada instante naquele lugar fantástico. Chegamos ao cume por volta das 04h40min da manhã e iniciamos a descida às 07h40min. Foi uma experiência magnífica, tanto pra mim quanto para o meu irmão e meu pai. Quem tiver o desejo de subir a 3º maior montanha do Brasil não pense duas vezes. 
Coloque o “Objetivo em mente, Mochila nas costas, e Pé na Bota”.     


Segue o vídeo da nossa subida


      

Um comentário:

  1. Olá, queria saber se você usou uma ou mais baterias para fazer todas essas filmagens com a gopro

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