Boa Tarde Aventureiros!!
O Post de hoje vai relatar uma de minhas primeiras expedições: A incrível subida ao cume do Pico da Bandeira.
Após muito planejamento e preparação, exclusivamente
por parte do "velho" que achou melhor começar a fazer caminhadas uma
semana antes do início da expedição (Meu pai tem 56 anos), decidimos a data:
Uma sexta feira 13 (Não, não, nada proposital, apenas coincidência). A semana que antecedeu a viagem foi marcada por muita
expectativa e constantes buscas pela previsão do tempo no local. Chegada a noite
anterior da expedição separamos as roupas e agasalhos, arrumamos as mochilas e
fomos dormir já na expectativa de acordar bem cedo.
O despertador toca e o silêncio é quebrado, são apenas 5h da manhã, mas, devido à animação, acordo sem problemas. Tomamos um café da
manhã reforçado, colocamos as coisas no carro e partimos para o que fora uma
das melhores experiências que nós três já tivemos. Saímos de Betim e pegamos a BR-381 sentido Vitória,
rumo á cidade de Alto Caparaó, que se situa a aproximadamente 330km da
capital. O trajeto passa por João Monlevade e Manhuaçu, até a pequena cidade de
Reduto, onde deixamos a BR e passamos a percorrer a MG-111 até Alto Jequitibá,
onde, por último, tomamos a Rodovia Cícero Siqueira, a qual nos levou ao nosso
destino.
Fonte: Google Maps |
Entrada de Alto Caparaó. |
Chegando a Alto Caparaó já nos deparamos com uma
chamativa placa com um mapa mostrando os atrativos da cidade, e lá estava o
pico. Memorizamos o trajeto e fomos direto á entrada do Parque Nacional, imaginando
que lá teria algum ponto de venda, a fim de comprar água. Estávamos errados. Na
entrada do parque, o porteiro nos informou que, dentro do parque, não há
quaisquer tipo de comércio. Então voltamos ao centro da cidade, compramos água,
e almoçamos em um simples, porém excelente, restaurante de comida caseira. Se
não me falha a memória, o estabelecimento se chama Restaurante Mineiro.
Placa atrativa. |
Aguardamos um tempinho, e tomamos rumo para a entrada
do parque, chegando lá recebemos algumas instruções do porteiro e pagamos uma
taxa de R$11,00 por pessoa. Começamos a subir de carro até a Tronqueira, ponto
onde se pode estacionar e começar o trajeto á pé, no meio do caminho paramos em
um mirante de onde já era possível ter uma pequena noção da altitude em que estávamos.
Dando continuidade á subida, chegamos finalmente á Tronqueira,
estacionamos o carro e verificamos novamente o inventário. Calçamos as botas,
colocamos a mochila nas costas, e iniciamos nossa caminhada até a primeira
parada: Terreirão
Preparados para a subida. |
Iniciamos a subida por volta das 13h30min, a distância
que separa a Tronqueira do Terreirão é de aproximadamente 3,7km, a trilha pode
não ser longa, mas a variação constante de terreno como subidas e partes com
cascalho acabam por “frear” um pouco o desenvolvimento. Apesar disso tudo, a
trilha é muito bem demarcada e de vez em quando há plaquinhas mostrando a
distância que resta para chegar ao terreirão. Há trechos que o cansaço toma conta,
afinal, o peso da mochila parece que aumenta a cada km percorrido, mas nada que
o visual maravilhoso que se tem durante a subida não “cure”.
Feita a caminhada chegamos ao Terreirão, local da
primeira parada, eram apenas eu, meu irmão e meu pai. Lá é permitido montar o
acampamento, como optamos em fazer o restante da subida a noite, logo que
chegamos armamos as nossas barracas, podendo assim desfrutar do visual
maravilhoso que aquele local possui. O clima estava bastante agradável, mas
quando o sol se pôs, começou a ventar bastante, olhei para o Pico da Bandeira e
notei uma nuvem escura vindo em nossa direção, esfriou bastante, como estávamos
observando o pôr do sol, corremos para as nossas barracas para poder nos
agasalhar, ficar sem a jaqueta era quase que loucura.
Com o passar do tempo a
ventania diminuiu, mas o frio permaneceu, não estava achando ruim não, afinal,
eu adoro o frio! Sentamos no chão e ficamos conversando e apreciando aquele
lugar. O céu “limpou”, as estrelas apareceram e a lua iluminava todo aquele
descampado, quase não era necessário o uso das lanternas. Mais um grupo chegou,
totalizando 9 pessoas dispostas a alcançar o cume do Pico da Bandeira.
Preparamos tudo o que iríamos levar no restante da
caminhada e fomos tentar dormir, não sei se pela expectativa ou pelo
desconforto, mas o sono não vinha. A temperatura despencava drasticamente, a
cada hora que passava eu acrescentava uma peça de roupa. Consegui dormir, mas
logo o despertador tocou, eram 2h da manhã, iríamos iniciar o segundo
trecho da subida. O coração acelerou, a adrenalina subiu e o frio atacou.
Saímos das barracas e o termômetro marcava 2° graus, (eu que não estou
acostumado com essa temperatura achei bastante frio), o outro grupo também
acordou, após tudo preparado, às 02h30min iniciamos a parte final, faltavam 3,2km
de subida.
Diferente do primeiro trecho, a trilha para o cume do
Pico da Bandeira é bastante rochosa, existem partes com vegetação rasteira,
fáceis de caminhar, mas a maior parte da trilha é composta por rochas. Eu e o
meu irmão estávamos somente com uma preocupação: Será que o nosso pai iria
aguentar a subida? Na primeira parada para respirar e reidratar, meu irmão
iluminou o rosto do meu velho, a fisionomia dele era de cansado e o seu lábio
superior encontrava-se queimado de frio, estava roxo e com cristais de gelo se
formando devido a sua respiração e a falta de proteção. Meu irmão tinha levado
uma pomada específica para esses casos e meu pai resolveu tampar o rosto com
uma “bandana”, daí em diante tudo se resolveu.
Continuamos a subida
intercalando com breves paradas, o céu começava a clarear, apertamos o passo
para chegar até ao ponto mais alto de Minas Gerais e poder presenciar o que foi
pra mim um dos momentos mais marcantes da minha vida. Faltava menos de 1km, o
cansaço batia, a preocupação com o meu pai aumentava, mas quando perguntei a
ele se estava tudo bem e ele respondeu: “Nós vamos chegar lá”, o cansaço
desapareceu e deu lugar ao ânimo, passo a passo a distância diminuía até que
foi possível avistar a cruz que existe no cume.
Os passos começaram a ficar
mais firmes e largos, olhávamos uns aos outros e era visível o alívio estampado
nos rostos de cada um. Chegamos!
Que lugar! Que maravilha! Que espetáculo!
Acima de nós o céu em degradê. Olhando para o alto,
cores escuras, descendo pra a linha do horizonte, cores claras, abaixo de nós
somente nuvens. Os raios de sol começavam a aparecer no horizonte, bem a nossa
frente, uma vista inesquecível. Cumprimentamos-nos e aproveitávamos cada
instante naquele lugar fantástico. Chegamos ao cume por volta das 04h40min da
manhã e iniciamos a descida às 07h40min. Foi uma experiência magnífica, tanto
pra mim quanto para o meu irmão e meu pai. Quem tiver o desejo de subir a 3º
maior montanha do Brasil não pense duas vezes.
Coloque o “Objetivo em mente, Mochila nas
costas, e Pé na Bota”.
Segue o vídeo da nossa subida
Olá, queria saber se você usou uma ou mais baterias para fazer todas essas filmagens com a gopro
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